segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

TESOURO DE UM POVO...

Se todas as culturas e línguas dos povos fossem preservadas, com certeza o mundo atual estaria mais enriquecido com a história dos homens. Hoje poderíamos entender melhor nossa trajetória neste planeta. Como todos sabem a maior jóia de um povo é sua liberdade. O único povo que se espalhou pelo mundo todo sem entrar em guerra com ninguém foram os ciganos. Sempre foram perseguidos, mas apesar disso são guardiões da liberdade. Seu grande lema é: “O Céu é meu teto; a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião“, traduzindo um espírito essencialmente nômade e livre dos condicionamentos das pessoas normais geralmente cerceadas pelos sistemas aos quais estão subjugadas. A vida é uma grande estrada, a alma é uma pequena carroça e Deus é o Carroceiro. Uma das paixões do povo cigano são as jóias imortalizada através de um estilo de adornos, virando um mito em todas as partes do mundo. Chama sempre a atenção das pessoas as jóias que os ciganos usam, principalmente moedas e medalhas, algumas com símbolos que não são conhecidos pela maioria das pessoas, além de outros, já mais comuns, como os glifos dos signos (sinais gráficos que representam cada um dos signos do Zodíaco), os arquétipos (símbolos de conhecimento comum, como a pomba branca, simbolizando a paz, por exemplo), e outros símbolos. Tradicionalmente, muitos grupos ciganos dominam o trabalho com metais. Algumas etnias carregam isso até no nome, como os kalderash (“caldeireiros”, em romani). No Brasil, os ciganos participaram da exploração de minas de ouro no século 18. Junte-se tudo isso à fama de trapaceiros e fica fácil entender a crença de que eles falsificam metais. A história dos ciganos é toda baseada em suposições. E a razão é simples: faltam documentos. Os ciganos são um povo sem escrita. Eles nunca deixaram nenhum registro que pudesse explicar suas origens e seus costumes. Suas tradições são transmitidas oralmente, mas nem disso eles fazem muita questão – os ciganos vivem o hoje, não se interessam por nenhum resquício do passado e não se esforçam por se manterem unidos. A dificuldade em se fixar, o conceito quase inexistente de propriedade e a forma com que lidam com a morte – eliminando todos os pertences do falecido – dificulta ainda mais o trabalho aprofundado de pesquisa. Mas, apesar de todas as divergências, algumas características permitem traçar um perfil comum a esses grupos. A primeira delas é o espírito viajante. Ainda que nem todos sejam nômades, os ciganos não se sentem pertencentes a um único lugar. Não criam raízes, não têm uma noção concreta de propriedade – estão sempre fazendo negócios com seus pertences, preferencialmente em ouro, que não perde valor e é aceito em qualquer nação (por isso a imagem cigana é vinculada ao uso do ouro como adereço, especialmente nos dentes das mulheres). Também mostravam o poder econômico de um Clã, quantos dentes de ouro tivessem na boca de um cigano, ele era mais e mais respeitado.

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